Quem se lembra do Golfo do México?

Texto e imagem: Carolina Petry Matzenbacher

Já faz oito meses e alguns dias. Tanto faz, na verdade. Afinal, aquele acidente que aconteceu no início do ano já passou.

O vazamento no Golfo do México já foi esquecido. A imprensa mal toca no assunto, a Casa Branca omite. Na realidade, o buraco do vazamento que começou no dia 20 de abril foi remendado, e a água já parece estar limpa. Mas, no final das contas, a desgraça ecológica está bem longe de terminar.

Poucos sabem, mas o fato é que o maior desastre ambiental da  história poderia ter sido evitado. Em investigações do congresso americano, concluiu-se que a explosão no Golfo do México ocorreu por uma falha no sistema de válvula de fechamento do poço.

Para entender melhor, existe um acordo entre as petrolíferas de que todas tenham dois sistemas para acionar os mecanismos de obturação do poço: um elétrico – ou hidráulico – e o outro acústico. Esse sistema, por sua vez, evita qualquer tipo de explosão imprevista dentro dos poços de petróleo. Mas, no caso do Golfo do Mexico, por opção americana, as petrolíferas escolhem por ter apenas um desses sistemas pelo simples argumento de que é mais barato.

A probabilidade de um acidente desses acontecer é improvável: 0,0017%. O mais incompreensível é que, segundo as conclusões do caso, revelou-se que ainda cinco horas antes do acidente, houve indícios que alertavam o risco de explosão. E, em um laudo geral, o resumo do acidente é o conjunto de irregularidades e de falhas humanas.

Mas o resumo do acidente em si é desastroso, irreparável. A brincadeira custou caro. Um desperdício de 11,2 bilhões de dólares e 700 milhões de litros de petróleo. Onze funcionários mortos,  400 espécies afetadas. O mercado de alimentos da região quebrou. O turismo para o Golfo do México, que oferecia belíssimas praias para o verão americano, ficou completamente vazio.

Apesar de grande parte do petróleo já ter sido removido, os efeitos no ecossistema devem perdurar durante anos. Talvez séculos.

Sobre Jornalismo freestyle

Blog de jornalismo online desenvolvido pelas alunas Bruna Souza, Carolina Petry, Mariana Melleu e Tábata Machado, ao longo do segundo semestre de 2010.
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