Ensino do holocausto será obrigatório em Porto Alegre

O ensino do Holocausto agora é lei.

Na segunda-feira, dia 18 de outubro, o prefeito José Fortunati sancionou o projeto  que torna obrigatório o ensino do Holocausto na rede municipal de ensino. A cidade de Porto Alegre é a primeira do Brasil a adotar a medida. O projeto, criado pelo vereador municipal Valter Nagelstein, tornou-se lei e será aplicado nas escolas a partir do ano que vem.

A solenidade no Salão Nobre do Paço Municipal contou com a presença de cônsul de Israel, Ilan Sztulman, e o presidente da Federação Israelita, Henry Chmelnisky. Outras lideranças judaicas também se uniram para aplaudir o projeto que foi aprovado por unanimidade pela Câmara no dia 15 de setembro deste ano.

Leia aqui a lei nº 10.965, de 18 de outubro de 2010

Imagem: Prefeitura de Porto Alegre

Imagem: Prefeitura de Porto Alegre

Conheça o projeto da lei criada por Valter Nagelstein

A criação do projeto teve início no primeiro semestre de 2009. Para idealizar a proposta, bastaram algumas experiências pessoais para motivar o vereador Valter Nagelstein a efetivar essa nova lei. Em uma visita ao museu do Holocausto, em Jerusalem, ele tomou segurança do projeto. A educação atual do município também o fez enfatizar a importância do estudo de fatos históricos mundiais.

Imagem: Correio do Mercado

Imagem: Correio do Mercado

Valter ressalta que o fenômeno do Holocausto é um momento singular na história da humanidade. “É necessário que as pessoas tenham entendimento desde cedo para educarmos pessoas mais tolerantes e menos preconceituosas no futuro”. Ao estudar o Holocausto, os alunos também aprofundariam os seus conhecimentos em outros conteúdos paralelos da disciplina de História. 

Pela primeira vez, um vereador porto-alegrense teve uma repercussão internacional tão grande. A lei ganhou espaço na CBS, Fox News, Forbes e outras dezenas de veículos no mundo inteiro. Em uma documento oficial recebido da UNESCO, Nagelstein foi apoiado e parabenizado pelo estímulo e importância da discussão.

 

A Federação Israelita de Porto Alegre recebeu a  nova lei com muita satisfação. O diretor da Federação Sebastian Watenberg, salientou a importância dessa iniciativa para a conscientização e conhecimento histórico. Para ele, o projeto é um grande bem não só para a comunidade judaica, mas para todos aqueles que sofreram com o Holocausto.

O Holocausto

Ante a doutrina racista do III Reich, aproximadamente 7,5 milhões de pessoas perderam a dignidade e a vida em campos de concentração. A perseguição do III Reich iniciou na Alemanha pouco tempo após a ascensão de Hitler no poder, em meados de janeiro de 1933. O Fuhrer fechou partidos políticos, instaurando o monopartidarismo, e passou a agir rigidamente contra a parte da população não-ariana e contra os opositores de seu regime, que eram levados a campos de concentração.

Em março de 1933 já havia 25 mil presos no campo de Dachau, no sul do país. Livros de escritores judeus e comunistas, dentre os quais estavam Freud, Marx e Einstein, foram queimados em praça pública. A intelectualidade reprimida, também vítima daquele caos, só assistia aos acontecimentos, visto que Hitler tinha o hábito de reprimir violentamente qualquer protesto ou manifestação social. Os perseguidos eram torturados, obrigados a servir como escravos ou acabavam morrendo de fome ou doença. Eram trancados em câmaras de gás, sob o pretexto de tomarem banho, e mortos friamente. Poucos sobreviviam em condições humilhantes.

Embora Hitler tenha se aliado temporariamente à União Soviética para garantir a invasão da Polônia, os comunistas também eram considerados inimigos do III Reich. Pacifistas, testemunhas de Jeová, negros, ciganos e judeus estavam incluídos na lista negra do nazismo e, um ano após Hitler ter assumido o Estado, foram sancionadas leis anti-judaicas, dando início ao boicote econômico. Calcula-se que entre 5,1 e 7 milhões de judeus tenham sido mortos durante a Segunda Guerra, o que representava na época cerca de 60% da população judaica na Europa. Milhares de sinagogas foram incendiadas, cerca de 7 mil lojas foram destruídas e os judeus ainda foram condenados a pagar uma multa de indenização de 1,5 bilhão de marcos.


Grupo: Carolina Matzenbacher, Bruna Souza, Mariana Melleu e Tábata Machado

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Blog de jornalismo online desenvolvido pelas alunas Bruna Souza, Carolina Petry, Mariana Melleu e Tábata Machado, ao longo do segundo semestre de 2010.
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