O jornalismo está acontecendo ali na esquina

Fotografia: Bruna de Souza

Fotografia: Bruna de Souza

 

Daniel Scola começou a coletiva de maneira descontraída, pedindo para se sentar, pois ainda se sente um pouco tímido frente a tantas câmeras e pessoas. À primeira vista, parece um pouco ansioso e com pressa. Com o passar dos primeiros minutos, faz uma breve apresentação e aparenta estar se adaptando a um ambiente que obviamente já lhe é conhecido.

Fotografia: Bruna de Souza

Fotografia: Bruna de Souza

Jornalista formado pela UFRGS, Scola é mestre em Jornalismo Internacional pela Universidade de Cardiff (País de Gales) e atua como repórter da RBS TV e da Rádio Gaúcha, em Porto Alegre. Suas coberturas tratam de temas que vão da política à cultura e, ultimamente, suas reportagens ligadas à gestão pública e à administração do Presídio Central tem ganho destaque na imprensa, rendendo a ele prêmios da Associação dos Magistrados do Brasil, do Movimento de Justiça e Direitos Humanos e da Associação do Ministério Público.

Devido a seriedade de seus furos jornalísticos, Scola foi enviado pela Zero Hora ao Chile para fazer a cobertura do terremoto na região. “Cobri o caos no Chile sob sob o ponto de vista das famílias e do sofrimento pelo qual elas passaram”, comentou, lembrando que é essencial ao jornalista que seja discreto e que procure balancear a reportagem. “Não dá para tentar bancar o herói da história, exagerar, tentar exigir e explorar demais as pessoas. É preciso sempre focar no equilíbrio”, completou.

É comum ler ou ouvir entrevistas de Scola afirmando que “está sobrando jornalismo de CNPJ e faltando o jornalismo de CPF”. O que, a princípio, parece não fazer muito sentido é, na verdade, fácil de ser explicado: ele defende que o jornalismo alcançará uma melhor qualidade quando passar a envolver mais os aspectos sociais, de cada indivíduo, de cada vida que compõe o nosso redor. E o que presenciamos hoje seria um jornalismo empresarial em demasia, “que se importa com o diz-que-me-diz, com futilidades e informações desnecessárias, interesses pessoais, com o lucro acima de tudo”, concluiu.

A objetividade e a seriedade do trabalho de Scola são exemplos daquilo que deveria ser o essencial ao jornalismo de reportagem. A boa pauta envolve não apenas uma cobertura das eleições, mas, por exemplo, o que pode ser feito para que crianças de Viamão possam ir a escola todos os dias. É um jornalismo que está acontecendo ali na esquina. Muitas vezes o que as pessoas querem é ser ouvidas, ser amparadas, sentir que tem de fato uma voz. E o papel do jornalista, ainda que fortifique o clichê, é o de ser os olhos e ouvidos do povo. É preciso que se saia pra rua, pois o jornalismo é feito no chão.

Sobre sua série de reportagens envolvendo os problemas administrativos do Presídio Central, deixou claro que concorda que lugar de criminoso é na cadeia, mas não em uma cadeia que se encontra em condições de calamidade. “Mostrei a realidade do cárcere, quem domina, quem não domina, o que entra, o que as vezes nem sai de lá. É isso que temos que fazer enquanto jornalistas. Apuramos fatos, investigamos, denunciamos, somos críticos em relação à gestão pública. Não tem como alguém sobreviver naquelas condições”, relatou. Foi contundente quanto ao fato de uma matéria jamais valer uma vida. Por isso, finalizou: “Um presídio é um escritório do crime. É tudo pago por nós, nós sustentamos um lugar com wi-fi para os condenados, com notebooks, celulares, cerveja. Mas, ao expor o preso, tu corre o seriíssimo risco de ele desaparecer no outro dia, dependendo do que ele tiver dito. Então, prefiro não expor essa pessoa.”

Como algumas de suas coberturas mais marcantes, citou as duas últimas eleições presidenciais dos Estados Unidos (a de Bush e a de Obama) e a eleição e posse de Fernando Lugo, presidente do Paraguai. Quando questionado sobre considerar-se um jornalista multimídia, Scola foi sucinto: “Me considero um jornalista”.

A coletiva foi encerrada pontualmente às 21h e durou uma hora, com mediação dos professores Andréia Mallmann e Juan Domingues.

Confira aqui uma galeria de fotos da coletiva.

 

NO TWITTER

Fizemos a cobertura da entrevista coletiva em tempo real. Para conferir, acesse nossa hashtag #COLETIVASCOLA no Twitter ou clique aqui.

 

Grupo: Bruna de Souza, Carolina Petry, Mariana Melleu e Tábata Machado

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Alunos entrevistam Daniel Scola hoje à noite

Os alunos da cadeira de Jornalismo Online I chegaram na etapa de entrevista coletiva. O nosso convidado da noite é Daniel Scola, jornalista da Rádio Gaúcha e da RBSTV. A entrevista acontecerá na sala 10 da Famecos, prédio 7 da PUCRS, mediada pelos professores Juan Domingues e Andréia Mallmann.

Confira a cobertura em tempo real via Twitter

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Ensino do holocausto será obrigatório em Porto Alegre

O ensino do Holocausto agora é lei.

Na segunda-feira, dia 18 de outubro, o prefeito José Fortunati sancionou o projeto  que torna obrigatório o ensino do Holocausto na rede municipal de ensino. A cidade de Porto Alegre é a primeira do Brasil a adotar a medida. O projeto, criado pelo vereador municipal Valter Nagelstein, tornou-se lei e será aplicado nas escolas a partir do ano que vem.

A solenidade no Salão Nobre do Paço Municipal contou com a presença de cônsul de Israel, Ilan Sztulman, e o presidente da Federação Israelita, Henry Chmelnisky. Outras lideranças judaicas também se uniram para aplaudir o projeto que foi aprovado por unanimidade pela Câmara no dia 15 de setembro deste ano.

Leia aqui a lei nº 10.965, de 18 de outubro de 2010

Imagem: Prefeitura de Porto Alegre

Imagem: Prefeitura de Porto Alegre

Conheça o projeto da lei criada por Valter Nagelstein

A criação do projeto teve início no primeiro semestre de 2009. Para idealizar a proposta, bastaram algumas experiências pessoais para motivar o vereador Valter Nagelstein a efetivar essa nova lei. Em uma visita ao museu do Holocausto, em Jerusalem, ele tomou segurança do projeto. A educação atual do município também o fez enfatizar a importância do estudo de fatos históricos mundiais.

Imagem: Correio do Mercado

Imagem: Correio do Mercado

Valter ressalta que o fenômeno do Holocausto é um momento singular na história da humanidade. “É necessário que as pessoas tenham entendimento desde cedo para educarmos pessoas mais tolerantes e menos preconceituosas no futuro”. Ao estudar o Holocausto, os alunos também aprofundariam os seus conhecimentos em outros conteúdos paralelos da disciplina de História. 

Pela primeira vez, um vereador porto-alegrense teve uma repercussão internacional tão grande. A lei ganhou espaço na CBS, Fox News, Forbes e outras dezenas de veículos no mundo inteiro. Em uma documento oficial recebido da UNESCO, Nagelstein foi apoiado e parabenizado pelo estímulo e importância da discussão.

 

A Federação Israelita de Porto Alegre recebeu a  nova lei com muita satisfação. O diretor da Federação Sebastian Watenberg, salientou a importância dessa iniciativa para a conscientização e conhecimento histórico. Para ele, o projeto é um grande bem não só para a comunidade judaica, mas para todos aqueles que sofreram com o Holocausto.

O Holocausto

Ante a doutrina racista do III Reich, aproximadamente 7,5 milhões de pessoas perderam a dignidade e a vida em campos de concentração. A perseguição do III Reich iniciou na Alemanha pouco tempo após a ascensão de Hitler no poder, em meados de janeiro de 1933. O Fuhrer fechou partidos políticos, instaurando o monopartidarismo, e passou a agir rigidamente contra a parte da população não-ariana e contra os opositores de seu regime, que eram levados a campos de concentração.

Em março de 1933 já havia 25 mil presos no campo de Dachau, no sul do país. Livros de escritores judeus e comunistas, dentre os quais estavam Freud, Marx e Einstein, foram queimados em praça pública. A intelectualidade reprimida, também vítima daquele caos, só assistia aos acontecimentos, visto que Hitler tinha o hábito de reprimir violentamente qualquer protesto ou manifestação social. Os perseguidos eram torturados, obrigados a servir como escravos ou acabavam morrendo de fome ou doença. Eram trancados em câmaras de gás, sob o pretexto de tomarem banho, e mortos friamente. Poucos sobreviviam em condições humilhantes.

Embora Hitler tenha se aliado temporariamente à União Soviética para garantir a invasão da Polônia, os comunistas também eram considerados inimigos do III Reich. Pacifistas, testemunhas de Jeová, negros, ciganos e judeus estavam incluídos na lista negra do nazismo e, um ano após Hitler ter assumido o Estado, foram sancionadas leis anti-judaicas, dando início ao boicote econômico. Calcula-se que entre 5,1 e 7 milhões de judeus tenham sido mortos durante a Segunda Guerra, o que representava na época cerca de 60% da população judaica na Europa. Milhares de sinagogas foram incendiadas, cerca de 7 mil lojas foram destruídas e os judeus ainda foram condenados a pagar uma multa de indenização de 1,5 bilhão de marcos.


Grupo: Carolina Matzenbacher, Bruna Souza, Mariana Melleu e Tábata Machado

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Quem se lembra do Golfo do México?

Texto e imagem: Carolina Petry Matzenbacher

Já faz oito meses e alguns dias. Tanto faz, na verdade. Afinal, aquele acidente que aconteceu no início do ano já passou.

O vazamento no Golfo do México já foi esquecido. A imprensa mal toca no assunto, a Casa Branca omite. Na realidade, o buraco do vazamento que começou no dia 20 de abril foi remendado, e a água já parece estar limpa. Mas, no final das contas, a desgraça ecológica está bem longe de terminar.

Poucos sabem, mas o fato é que o maior desastre ambiental da  história poderia ter sido evitado. Em investigações do congresso americano, concluiu-se que a explosão no Golfo do México ocorreu por uma falha no sistema de válvula de fechamento do poço.

Para entender melhor, existe um acordo entre as petrolíferas de que todas tenham dois sistemas para acionar os mecanismos de obturação do poço: um elétrico – ou hidráulico – e o outro acústico. Esse sistema, por sua vez, evita qualquer tipo de explosão imprevista dentro dos poços de petróleo. Mas, no caso do Golfo do Mexico, por opção americana, as petrolíferas escolhem por ter apenas um desses sistemas pelo simples argumento de que é mais barato.

A probabilidade de um acidente desses acontecer é improvável: 0,0017%. O mais incompreensível é que, segundo as conclusões do caso, revelou-se que ainda cinco horas antes do acidente, houve indícios que alertavam o risco de explosão. E, em um laudo geral, o resumo do acidente é o conjunto de irregularidades e de falhas humanas.

Mas o resumo do acidente em si é desastroso, irreparável. A brincadeira custou caro. Um desperdício de 11,2 bilhões de dólares e 700 milhões de litros de petróleo. Onze funcionários mortos,  400 espécies afetadas. O mercado de alimentos da região quebrou. O turismo para o Golfo do México, que oferecia belíssimas praias para o verão americano, ficou completamente vazio.

Apesar de grande parte do petróleo já ter sido removido, os efeitos no ecossistema devem perdurar durante anos. Talvez séculos.

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Em busca da falsa segurança

por Bruna Santos de Souza

Em uma loja que vende produtos de segurança um homem entra e pergunta para a lojista: _Oi moça preciso de um sistema infalível de segurança.
A atendente então lhe responde: _ Bom senhor nós temos este aqui que é o último modelo.O senhor pode acompanhar tudo que acontece na sua casa pelo celular.Eu ainda posso lhe recomendar uma agência que treina cães de guarda.Os cachorros não aceitam comida a não ser dos seus donos e em caso de atirarem neles dispara um alarme que emite um sinal que dá direto na polícia.
Esse é apenas um dos muitos diálogos que ocorrem entre as mais diferentes pessoas que busca por mais segurança, uma segurança que por vezes é falsa. As casas estão com muros cada vez mais altos, grades e fios elétricos que deixam preso seus moradores. A segurança nos prédios está mais rígida e chega a colocar em dúvida até mesmo a identidade das pessoas que lá residem.Quando andamos na rua a desconfiança aumenta.
As pessoas já estão cansada de viver desconfiada de todo mundo, de viver atrás das grades enquanto os bandidos estão soltos. Nem mesmo as cidades do interior estão livres de toda essa violência. Tenho a impressão de que houve a banalização da impunidade, da corrupção, dos presídios hiper lotados e da regressão de pena para bandidos perigosos.Precisamos urgente de uma reforma na lei criminal e de presídios novos.
A nossa atual situação é calamitosa e parece que os nossos governantes não vem isso. Lugar de bandido é na cadeia, preso e não ao contrário. Como é que queremos diminuir a violência e o tráfico se não temos leis e punições rigorosas. Traficantes comandam tudo de dentro das prisões e ainda cobram taxa dos outros detentos para que estes permaneçam vivos. A situação é conhecida de todos e a única coisa que não conhecemos é quando as soluções serão colocadas em prática.
Como vamos realizar uma Copa do Mundo? Recepcionando os turistas com tiros de fuzil para o alto e lhes servindo pedrinhas de crack para consumirem depois dos jogos?

Sergei Cartoons

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JORNALISMO SENTIMENTAL E O POSSÍVEL ATO DE CENSURA DO ESTADÃO (por Mariana Melleu)

Na quarta-feira, 6 de outubro, a psicanalista Maria Rita Kehl, colunista do Caderno 2”, do Estadão, foi demitida do jornal após publicar o artigo intitulado Dois pesos”, no qual abordou pontos positivos sobre a atual gestão política do país, destacando em especial as melhorias de vida que o Bolsa-família trouxe à população. Em entrevista à revista eletrônica Terra Magazine, a escritora afirmou que o motivo de sua demissão foi o que O Estado de São Paulo considerou um delito de opinião” em relação à linha editorial do jornal, o que, para ela, não deixa de ser uma forma de autoritarismo e de censura.

Falar de censura na imprensa requer falar da inexistência de um jornalismo imparcial e da existência de profissionais seres humanos, da existência de sentimentos que nos seguem a qualquer lugar, em qualquer momento. É óbvia a presença das sondagens de opinião”, como diz Marilena Chaui, pois não vamos mais ao encontro de um jornalismo de expressão pública racional e livre de interesses, mas, sim, procuramos a forma de jornalismo mais limítrofe com as sensações, com o feeling, com o não-pensado e com as emoções. No espaço em que o jornalista deve honrar o valor do público e abrir mão do privado, dá-se, ironicamente, uma manifestação pública de seus sentimentos individuais, na qual acontecimentos diversos acabam ganhando uma dimensão simplesmente doméstica. E a censura muito tem a ver com isso, uma vez que é definida ora por esse, ora por aquele interesse. Como medir, pois, o ato do Estadão? Errada está a escritora, que sabia da linha editorial do jornal, ou errado está o jornal, por não permitir a pluralidade da opinião? A resposta passa por dois pontos: o primeiro é que é preciso considerar a subjetividade inerente à opinião e o segundo é que é preciso considerar a sua conveniência – é difícil de acreditar que Maria Rita houvesse sido demitida, caso abordasse a matéria sob o ponto de vista político do jornal. Bem sabemos da discordância consentida que há nas redações dos jornais brasileiros, mas o que condiciona um veículo a determinar que é possível que o jornalista escreva a favor do aborto, mas contra um time de futebol? Mais ainda, estão corretos tais tipos de condições, está correto tal tipo de mediação, está correto um veículo de comunicação servir ao partidarismo? Se o Estadão diz, de acordo com seu Manual de Redação e de conduta profissional, servir ao meio social como um instrumento de divulgação da informação, pode ele exprimir interesses particulares ou privados, mesmo que isso possa impor limitações e complicações à liberdade de expressão?

As condutas orwellianas nos são expostas diariamente, ante nossos olhos e ouvidos. Isso não ocorre apenas quando somos consumidores de uma informação, fadada a viver como mercadoria, mas também de forma aterrorizante quando nos faz protagonistas daquilo que o jornalista formador de opinião cita e narra e que não tem mais a ver com o fato em si. Ao ouvinte, ao leitor e ao telespectador restam, assim, o jornalismo sentimental, que carrega manchetes sobre a emoção pessoal e colunas de opinião mediocremente disfarçadas de informação imparcial. Resta a opinião, muitas vezes vazia, que é emitida de um lugar ao outro, visando um interesse ou outro.

Cada vez mais haverá a discussão em volta da censura de imprensa e em volta do papel do bom jornalista, também devido ao desenvolvimento da web, que traz junto a facilidade de acesso às notícias instantâneas e, ao mesmo tempo, a carência de um controle efetivo da informação. Portanto, há chance de revitalização para o jornalismo, quando são alargados os limites entre fato e opinião, em um tempo em que, mais ainda, são relativizados valores éticos e profissionais? Difícil responder. Mas uma maneira de minimizar a falta de autocontrole do profissional – ou, ainda, uma maneira de minimizar o sentimento – é a definição, desde que respeitada impreterivelmente, dos espaços dedicados à opinião e à informação. Ao jornalista de opinião o que é do jornalismo de opinião – e que assim seja.

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E viva as eleições

Todo o cidadão tem direito a voto mesmo que analfabeto. Isso é garantido por lei no Brasil. Mas para se candidatar a um cargo público não pode ser analfabeto. Será isso um paradoxo da sociedade moderna brasileira? Não, é apenas a realidade.
É impressionante a eficiência de nossa Justiça. Se um deputado federal como Francisco Everardo Oliveira Silva falsificou um documento para comprovar sua alfabetização, deveria ser punido. José Dirceu, advogado, foi presidente do Partido dos Trabalhadores, ex-ministro da Casa Civil, é um exemplo para todo brasileiro. Viu como é importante um diploma na política? Teve problema com o mensalão, mas ninguém liga para isso. O que importa é o diploma.
Para o povo que é educado em escolas de lata, com alunos armados e professores com salários astronômicos, querem exigir mais educação, saúde. Para que? Se já tem tudo o que precisam. Para piorar ainda querem eleger um possível analfabeto ao invés do nosso querido Marco Maciel? Há mais de 40 anos ele lutava pelo povo, mesmo que muitos nunca se lembrem dele, mas não se lembram da maioria mesmo. Pensar que novamente vemos rostos competentes como o agora senador Fernando Collor de Melo demonstra a eficiência do voto para os letrados.
A incrível memória do brasileiro, sua competência na escolha de seus representantes, deveria servir de exemplo ao mundo. A discussão fundamental da alfabetização de nossos governantes deve abafar bobagens como esse papo de ficha limpa que não prova nada. A vida pregressa deve ser esquecida, todos merecem uma segunda chance de ganhar seus humildes salários. Trabalhem mais, eleitores, para que seus salários possam gerar impostos para pagar seus políticos que tanto sangram trabalhando por vocês. Sejam gratos e não esqueçam somente elejam os alfabetizados de colarinho branco, porque de analfabeto basta o povo.

Tábata Ingrid de Moura Machado

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Sapatos fechados e apertados são um dos causadores de doenças nos pés

por Bruna Santos de Souza

O uso contínuo de sapatos fechados e da falta de cuidados com os pés faz com que essa parte do corpo sofra grandes consequências, principalmente quando se trata de pés de pessoas diabéticas. As doenças mais comuns são o surgimento de calos e joanetes, onicoórteses (deformações nas unhas) e as onicomicoses (fungos que deixam a unha preta e o por vezes dedo inchado).

A pesquisa realizada em 2009, pela técnica em podologia Ana Maia, apontou que dos 182 pacientes atendidos pelo PSF Lomba (Posto de Saúde da Família da Lomba do Pinheiro) aproximadamente 30% da população adulta entre 29 e 75 anos têm onicomicoses, sendo mais comum em mulheres, pois estas costumam usar sapatos mais apertados com meias sintéticas e frequentam mais salões de manicures, onde podem contrair a infecção através de alicates e materiais contaminados. Normalmente as unhas mais afetadas são as dos pés e a proliferação ocorre quando há o uso de tênis e sapatos fechados que deixam o pé úmido e aquecido o que facilita o aumento dos fungos.

Ana Maia lembra que esses fungos também podem ocorrer se a pessoa não tiver uma boa higiene e andar na rua com os pés descalços. Ela também relatou que existem vários tipos de fungos e que há um tratamento para cada tipo.

As onicoórteses “são mais comuns”, diz Ana. O corte incorreto das unhas ou o uso de sapatos estreitos faz com que a unha fique torta. Outras causas segundo a podóloga são as congênitas (que nascem deformadas) e as que se originam de outras doenças como as cardíacas, renais, tireóide, onicomicoses e as diabetes. O tratamento é simples e indolor.

Para Ana os pés de quem tem diabete devem ser tratados com cautela, pois qualquer acidente sem os cuidados devidos pode gerar a amputação. Como à falta de sensibilidade causada por alguns problemas característicos no diabético, às vezes ele não percebe que seu pé está machucado e isso pode se transformar em feridas ou úlceras nos pés, que pode levar a sérias infecções. O pé de uma pessoa com diabete “só pode ser cuidado por um especialista” alerta à podóloga.

A prevenção é simples: não usar sapatos apertados e utilizar o próprio alicate quando vai ao salão evitam esses e outros problemas que podem afetar os pés.

Nos vídeos o diagnóstico de fungos e tratamento e dicas de como cuidar dos seus pés.

Nos links materias sobre a saúde dos pés

http://boasaude.uol.com.br/lib/ShowDoc.cfm?LibDocID=4270&ReturnCatID=667

http://www.orientacoesmedicas.com.br/diabetes_cuidado-com-os-pes.asp

http://www.saudeesportiva.com.br/pes.php

http://www.youtube.com/watch?v=C6AloIfTBjE

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O ESTÁGIO QUANDO FOGE DE SEU PAPEL (por Mariana Melleu)

De acordo com o segundo artigo da nova Lei do Estágio o estágio pode ser obrigatório ou não conforme o edital pedagógico do curso. Tal oportunidade de o estudante vivenciar a rotina do profissional formado é também uma maneira para se entrar no mercado de trabalho antes do término da faculdade.

Estagiários têm como prioridade remuneração e não aprendizado. (Foto: G1)

Para as empresas ou para os órgãos contratadores, muitas vezes o estágio se torna uma opção de mão-de-obra barata e, ainda que seja remunerado, não há a necessidade de formalizar todos os auxílios inerentes ao trabalho do profissional formado. As instituições, portanto, buscam cada vez mais seduzir o estagiário oferecendo a ele pequenos benefícios que vão além da bolsa-auxílio, como, por exemplo, a cesta básica, o vale-compra, a assistência médica e até o seguro de vida, já que a rotatividade entre estagiários em uma empresa é mais elevada do que entre os outros funcionários.

Acompanhe também a matéria de Marta Cavallini com dicas para procurar estágio.

Tal realidade acaba por estimular muitos estagiários a trocarem de vaga com certa freqüência, uma vez que encontrem outra oportunidade melhor remunerada – é o caso daqueles que, além de encarar o estágio como uma maneira de colocar em prática a teoria ensinada na faculdade, aproveitam para complementar sua renda. Na avaliação de especialistas, que chamam esse tipo de estudante de “estagiário nômade”, essa prática ajuda a difundir o mito de que os alunos não possuem comprometimento com suas tarefas, o que acaba pode acabar sendo prejudicial para a carreira futura do estagiário. Isso se torna evidente durante o processo de seleção para a vaga, que envolve a análise do currículo do estudante, normalmente seguida de uma entrevista pessoal com o candidato. Se o caso do aluno for o de curta permanência em diversos estágios, é possível que o empregador questione o comprometimento dele em relação aos objetivos da empresa.

Para a advogada e assessora de gabinete do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul, Maria Dolores Oliveira, 45 anos, o essencial para que um estudante seja contratado é que ele veja no estágio uma oportunidade para lhe agregar novos aprendizados e experiências. “Este é o fator primário a ser considerado. Muitos estudantes pulam de lugar em lugar, pois visam apenas uma remuneração maior ou um horário mais flexível e deixam em segundo plano a ânsia de aprender, de aprimorar o conhecimento. O que é uma pena, pois quem realmente acaba perdendo são eles mesmos” – diz.

Clique e leia também sobre a diferença entre o estágio e o trainee.

Uma vaga de estágio, primeiramente, pode e deve contribuir para o crescimento do estudante, auxiliando-o a aperfeiçoar a técnica da profissão. Estagiando normalmente em apenas um turno do dia (ver vídeo sobre a nova Lei do Estágio abaixo), o aluno tem que se tornar capaz de viver a rotina do profissional ao mesmo tempo em que cursa a faculdade e, assim, tornar-se apto a dimensionar as responsabilidades que o trabalho exige.

“A remuneração é importante, para que as tarefas do estagiário sejam valorizadas. Até porque, dependendo da empresa, o estudante acaba se envolvendo em inúmeras atividades, nem sempre apenas relacionadas aquelas da área de atuação do seu curso. Mas acredito que a bolsa-auxílio não deva ser o fator decisivo para um estudante aceitar ou não uma vaga. Inclusive, para aproveitar o exemplo, do que adianta ele trabalhar no lugar X, pois vai ganhar 800 reais, se passará fazendo coisas que não vão lhe ser úteis no curso? O que os jovens precisam entender é que, na faculdade, é época de eles estudarem, irem a palestras, estagiarem tranquilamente, adquirirem experiência. A época de ganhar dinheiro só vem depois” – explica o proprietário de construtora civil, João Inácio Espíndola, 49 anos.

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Consultores desvendam os mistérios da tecnologia

por Carolina Matzenbacher
Muitas vezes, os produtos eletrônicos não são avaliados pelo seu modo de fabricação, mas sim pela sua quantidade de funcionalidades. Por outro lado, os inúmeros recursos de um aparelho não são de tão fácil acesso. Você mesmo deve ter um celular ou uma televisão com tantas opções e modos de configurações que nem faz ideia de como manusear.
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Será que todos conseguem aproveitar ao máximo as funcionalidades dos equipamentos? É a partir dessa pergunta que um novo tipo de mercado suge no país: a consultoria doméstica. Não é exatamente um serviço técnico. É um auxílio pessoal. Os seus profissionais, conhecidos como “personais tecnológicos”,  pessoas que se encarregam de “te tirar do aperto quando quando a tecnologia mais complica do que ajuda“.
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Quem define é Eric Arraché, criador do primeiro site que oferece esse tipo de serviço em Porto Alegre. Há algum tempo, o estudante de 23 anos tinha a ideia de colocar em prática o conceito de consultoria doméstica. O cargo, que já é popular em alguns estados do Brasil, tem a função de auxiliar as pessoas na hora de manusear equipamentos tecnológicos pessoais. “A minha função é ajudar pessoas a explorar e conhecer os seus aparelhos eletrônicos. No meu último cliente, por exemplo, ajustei algumas configurações no seu aparelho e mostrei dicas para reparar problemas eventuais. Também ensinei, é claro, a aproveitar as funcionalidades que o aparelho dispõe. É praticamente uma aula“.
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Salete Lima, de 52 anos, tinha dificuldades com o eletrônico que ganhou de presente do marido. Sem muito tempo ou habilidade para manusear o aparelho, a alternativa foi o consultor doméstico. “Eu tentei aprender pelo manual de instruções, mas não é tão fácil assim. Por indicação de uma amiga, chamei o Eric para arrumar algumas coisas no meu computador e aproveitei para tirar dúvidas sobre o meu iTouch. Vale a pena aproveitar a visita e ter uma assistência personalizada para coisas que eu realmente não tenho facilidade de aprender“. Ela ri e conclui: “Posso dizer que já tenho meu próprio personal tecnológico para me ajudar quando eu preciso“.
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Na Capital, a área da consultoria tecnológica é muito pequena. O criador do site, que atualmente estuda Economia na UFRGS, também já foi aluno do curso de Ciência da Computação. O seu plano é usar a tecnologia de maneira empreendedora. “Essa é uma área que eu nunca ouvi falar a respeito aqui em Porto Alegre, ou que ao menos tenha visto nos classificados de jornais. Por mim mesmo, resolvi apostar no conceito de personal tecnológico para ver no que dava“.
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Eric criou o site Personal Tecnológico e, a partir disso, divulga seus serviços pela internet. A informação corre também pelo “boca a boca” e pela indicação de conhecidos. As visitas, que custam entre 50 a 60 reais por hora, envolvem serviços de utilização de aparelhos, consertos de computadores, auxílio de compras de eletrônicos, instalação de wireless e até de criação básica de websites.
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Para entender melhor a consultoria doméstica, assista à matéria publicada no Jornal Hoje, em setembro de 2009:
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